quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sinpol emite nota de repúdio contra Delegado que impediu trabalho de policiais civis

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (SINPOL-MA) emitiu nota repudiando, segundo a categoria aos injustificáveis episódios de autoritarismo praticados pelo delegado de Polícia Civil Joviano Furtado, consistentes em impedir que policiais civis da Superintendência de Investigações Criminais (SEIC) e da Superintendência Estadual de Repressão a Narcóticos (SENARC), devidamente autorizados por seus chefes imediatos, realizassem diligências investigativas em casas de bingo, localizadas no Mercado Central de São Luís/MA, arbitrariedade que foi registrada em vídeos e denunciados por meio das redes sociais.

A nota diz:

Para causar transtornos às investigações, o delegado Joviano Furtado, que já estava em frente à casa de bingo com as chaves do estabelecimento na mão quando da chegada dos policiais da SEIC e da SENARC, alegou que o local estava lacrado para a realização de perícia, em razão de ele ter efetuado no dia anterior (04/10/2016, por volta das 17 horas) a prisão de um policial que, supostamente, estaria praticando o crime de extorsão contra o proprietário dessa casa de contravenção penal.

Ocorre que, para a surpresa de todos os policiais civis e, por que não dizer de toda a sociedade maranhense, mesmo tendo o policial sido autuado em flagrante delito pelo delegado Joviano Furtado, estranhamente a suposta vítima da extorsão, que, no caso, seria reconhecidamente um contraventor, não teve contra si deflagrado nenhum procedimento policial, o que lança dúvidas sobre a postura dessa autoridade policial quanto à legalidade da prisão de um agente da segurança pública, que sustentou em sua defesa estar, justamente, procedendo as investigações em torno da prática ilegal de jogos de azar.

Então, questiona-se: por que prender em flagrante delito um agente policial que poderia estar realizando diligências investigatórias quanto às atividades ilegais nas casas de bingo? Por que impedir, no dia seguinte à prisão em questão, que policiais civis da SEIC e da SENARC também realizassem investigação nesses mesmos estabelecimentos de jogos de azar?

Muito embora tenha havido essa resistência por parte do delegado Joviano Furtado, os policiais civis não se deixaram intimidar diante da ilegalidade e arbitrariedade praticada por aquele, sendo que, ao ingressarem no local supostamente lacrado para a perícia, mais uma vez estranhamente o estabelecimento estava vazio, ou seja, não tinha nada a ser resguardado pela autoridade policial que verbalizava ter circunscrição sobre a área, e, com muito mais razão, não tinha nada a ser periciado, o que leva a crer que, da prisão do policial ocorrida no dia 04/10/2016 para o dia 05/10/2016, os contraventores tiveram tempo suficiente para retirar todas as máquinas caça-níqueis.

O SINPOL-MA acredita no trabalho honesto e competente dos agentes das forças de segurança pública, assim como tem ciência da isenção e seriedade dos gestores da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Delegacia-Geral de Polícia Civil do Estado do Maranhão, de modo que se faz necessário, sem corporativismos, a apuração rigorosa da conduta ilegal e arbitrária do delegado Joviano Furtado, que, ao contrário de obstar as investigações feitas pela Polícia Civil, deveria apoiá-las e enaltecê-las, notadamente por se saber que as casas de jogos de azar flertam com diversas outras infrações penais de efeitos absolutamente deletérios para a sociedade, a exemplo do tráfico de drogas, tráfico de armas, lavagem de dinheiro, etc.

Ante o exposto, o SINPOL/MA reafirma o seu apoio aos Policiais Civis que se encontravam na referida missão no estrito cumprimento do dever legal, estando, portanto, de parabéns, e representam orgulho para essa Instituição centenária, que é a Polícia Civil do Estado do Maranhão.


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