quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Após polêmicas, Câmara recua e adia votação da anistia ao caixa 2

Pela segunda vez no ano, fracassou a tentativa da Câmara dos Deputados de aprovar uma alteração na legislação para anistiar explicitamente o caixa dois eleitoral, tema de alto interesse dos políticos alvos da Operação Lava Jato.
A votação da proposta em plenário, que ocorreria nesta quinta (24), foi adiada. Assim como na primeira vez, as articulações envolveram o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), líderes de alguns dos principais partidos, de esquerda e de direita, e foram feitas quase que exclusivamente a portas fechadas.
A anistia seria inserida no pacote de medidas contra a corrupção apresentado pelo Ministério Público em março e aprovado em comissão especial na quarta (23).
Com a falta de consenso e a polêmica, porém, Maia anunciou nova tentativa de votação na terça-feira (29).
O presidente da Casa fez um enfático discurso aos seus pares, ao encerrar a sessão, negando haver tentativa de anistia e dizendo que isso é apenas "um jogo de palavras para desmoralizar e enfraquecer o Parlamento Brasileiro."
Maia fez ainda insinuações indiretas em relação ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.
"Nosso plenário tem independência para aprovar todas as matérias, para aprovar ou rejeitar qualquer texto, e ninguém pode se sentir ofendido por essas decisões, pela soberania da Câmara e do Senado. A gente tem liberdade de votar da forma que a gente quiser. A pressão da sociedade é legítima, contando que nenhum Poder queira subjugar outro Poder."
Na tarde desta quinta, o juiz Sergio Moro, responsável na primeira instância pelos processos da Lava-Jato divulgou nota afirmando que uma possível anistia "impactaria não só as investigações e os processos já julgados no âmbito da Operação Lava Jato" mas "o Estado de Direito e a democracia".
Maia disse ainda que o "Brasil de 2016 não permite que nenhuma decisão seja tomada sem debate e sem a responsabilização de cada um".

Fonte: uol
Imagem da internet

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